Inverno
Rua de São Bento
Foto TL, 2007
Nas ruas de Lisboa há cada vez mais gente
que fala sozinha pelos cotovelos
sem que tenha telemóvel
e muito menos auricular.
E nos eléctricos e autocarros
há quem clame por um novo Salazar,
como se não tivesse bastado o velho.
Cinzenta e cabisbaixa,
a cidade está a pedir
que este inverno passe depressa.
(2007)
11 Comments:
Percebo muito bem o Inverno de que fala, Torquato. Acho que vai ser muito difícil sairmos dele.
Um abraço.
É verdade.
Mas quando passará este Inverno?
Vai demorar tempo.
António:
Também acho. Outro abraço.
Luís:
Bem gostava de saber responder...
Mas quando aparecer o sol todos pensarão que está a passar.
Olá, Marta! Temos de esperar.
Esse inverno não passa. E é estranho, com invernos com tanto sol como os nossos, continuamos a ter invernos cinzentos. Como nós...
O que nos vale, caro Espumante, são as surtidas que, de vez em quando, fazemos a lugares com menos sol e, no entanto, menos inverno...
Poema de grande alcance no seu significado e interpretações que nos permite! Também eu suspiro para que este inverno se vá, mas não vejo jeitos ...
Um beijo
Ainda na passada sexta-feira estive em Lisboa e também a senti assim...mas o pior é o que sinto pelo nosso país, assim... neste infindável Inverno tortuoso de inverdades!
Beijinhos Torquato, e que venha depressa o sol, faz-se tarde, muito tarde!
Lisboa, aqui, é uma maneira de dizer País.
Beijinhos também, Pink e Susana.
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