Saudades de mim
Acrílico sobre tela / TL, 2006
Voltei a ver a casa onde nasci,
numa rua discreta, sossegada
onde, é notório, não se passa nada.
Há gatos que passeiam por ali
a sonolência própria do lugar
e entre as ásperas pedras da calçada
crescem ervas daninhas, que eu bem vi.
Sem histórias singulares para exibir,
a casa simples e a rua quieta
ignoram o meu fado de poeta
e revê-las levou-me a concluir
que, mais do que do sítio onde nasci,
as saudades que sinto são de mim.
Voltei a ver a casa onde nasci,
numa rua discreta, sossegada
onde, é notório, não se passa nada.
Há gatos que passeiam por ali
a sonolência própria do lugar
e entre as ásperas pedras da calçada
crescem ervas daninhas, que eu bem vi.
Sem histórias singulares para exibir,
a casa simples e a rua quieta
ignoram o meu fado de poeta
e revê-las levou-me a concluir
que, mais do que do sítio onde nasci,
as saudades que sinto são de mim.
5 Comments:
Belo como sempre.E na verdade, o que sentimos, quando revemos os lugares por onde andámos ou passámos, é saudade de nós.
Fica sempre algo de nós nos lugares que foram "nossos", quanto mais não seja a memória.
Um abraço
Nada mais certo, caro Tibério.
E é preciso preservar a memória, caro João. Outro abraço.
Que bonito! São as mesmas saudades que sentimos quando nos revemos numa fotografia de infância, quando reencontramos um velho diploma da 4ª classe, quando olhamos para os discos de vinil ali esquecidos na prateleira...
Gostei muito.
É isso mesmo, cara Luísa! Obrigado.
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