segunda-feira, janeiro 23, 2012

Mar de enredos

Navegamos num mar de enredos:
mal a onda se esvai, logo outra vem
entre limos, enigmas e segredos
a que não escapa ninguém.
Por mais absurdo que o caso seja,
há sempre quem, por despeito ou inveja,
lhe dê sequência e atenção
para rapidamente o abandonar
em troca do que tome o seu lugar
na infindável sucessão.
E assim vamos gastando os dias
em novelos e ninharias.

9 Comments:

Blogger OutrosEncantos said...

tens razão Torquato, por vezes gastamos tempo com ninharias.
não implica que seja por despeito ou inveja, poderá haver outras razões.
os lugares só serão ocupados por outrem, se o nosso não tiver tido significado.
eu, por exemplo, se há coisas que me incomodam é a competição por pessoas.
assim, prefiro afastar-me.
depois, tudo depende da "importância" que eu tiver.
os lugares do coração são insubstituíveis, mas a guerra por eles é insuportável.
sempre uma lição em cada poema teu.
beijo.

2:00 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Qualquer texto se presta a múltiplas interpretações, cara Maria!
Achei curioso que tenhas lido assim o que escrevi.
Um beijo também e obrigado pelas palavras amigas.

4:09 da tarde  
Blogger Suzana Toscano said...

É uma constatação desencantada, mas infelizmente verdadeira. Só os enredos e as intrigas enchem as ondas que nos sobressaltam, impossível ver para além disso, impossível olhar mais longe, tal a sucessão de vagas alimentadas com tricas e nadas que não nos deixam ver o horizonte. Por muito que se tente.

4:59 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Inteiramente de acordo, como é evidente, cara Suzana!

5:07 da tarde  
Blogger jrd said...

Excelente!
Quando a espuma das ondas nos impede de ver o horizonte.

Abraço

9:45 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Precisamente, amigo João!

Outro

9:27 da manhã  
Blogger JRandal said...

Belo poema, agradeço por ter provocado reflexão nesta manhã.

9:45 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Quando me chega uma nova onda?
Beijos
Laura

11:20 da tarde  
Blogger leonardo.verde said...

amigo poeta

Como se lembra o Luis Cilia colocou em canção o seu poema "voz suspensa"... pode reouvi-lo aqui ... e parabéns pelo seu labor

http://www.youtube.com/watch?v=3tDdmkXEZZk&feature=youtube_gdata_player

9:00 da tarde  

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