Fogueira
Cais da Ribeira
Corpo que rasga a noite e vai deixandoatrás de si a luz da madrugada,
assim te desenhei em sonhos, quando
além dos sonhos não havia nada.
Fogueira que recusa o lume brando
das convenções e afronta a encruzilhada
dos dias, tal um anjo iluminando
tudo em redor ao brilho de uma espada,
eis como te quis ver, antes que fosses
um rosto e sobretudo um coração,
uns olhos claros e uns lábios doces
e eu me perdesse em ti como se não
houvesse mundo além do que te trouxe
à minha inebriante perdição.
15 Comments:
Belo poema, onde paixão e amor se entrelaçam.
um grande abraço
Ateada por ti, a fogueira do amor é uma chama eterna.
Um lindo poema.
Abraço
Obrigado e abraços também, caros Margarida e João!
...Um poema em que o artífice da Poesia desenha os contornos de uma figura cativante e esperada, de uma mulher-desejo, vinda do nada sonhado e escuro, e que surge relampejante na madrugada do seu jovem sentir. Visão?... Real?... Corpo único, primeiro aceno do Amor pueril, branco e cândido, quando o vivê-la parece começar e se apaga de súbito.
... "Fogueira", porque arde os sentidos, mas elegante, fugidia, e impressiva até, inapagável gravar de uma aparição, eis que a vemos à distância, no espaço e no tempo amoroso, em que o poeta no-la mostra.
... Exercício de sabedoria?... Mitigar sofrido?... Nifa dos mares, do desconhecido, solução por saturar, líquido e "brilho", eis como ele a admitiu ver ou a sonhou olhando, como corpo de mulher fisicamente atraente, talvez inabitável porque demasiado sonhada, esvaído lugar feminino onde o próprio poeta receia perder-se, pois tanto a percepciona no quanto de inteligível e de pessoal nos pode atrair, como na insolvência do nosso possível, porventura nas encruzilhadas das muitas alucinações inegáveis... - V.P.
é sublime
o teu soneto de muito amor
e delicado
e com o devido respeito, li e achei valiosas as considerações tecidas por Varela Pires.
este será talvez o teu poema mais belo.
um beijo, Torquato.
Belo exercício de análise, caro Varela Pires!
Um abraço amigo.
Excessiva generosidade, cara Maria!
Um beijo também.
O amor é revolucionário
Abraço
Se é, caro Filipe...
Outro
vim te ver
saber de ti
há muito que não publicas...
como estás, Torquato?!
deixo-te o meu abraço.
Obrigado pela atenção, cara Maria!
Motivos de força maior obrigam-me a uma paragem, espero que breve, do Ofício Diário.
Um abraço também.
Uma bela Fogueira, caro Torquato, e tão bem ateada, com belas palavras e grande sensibilidade.
Abraço
Olinda
Agradeço e retribuo o abraço, cara Olinda!
Ainda bem que já voltou.
:)
Outro abraço
Olinda
Boa noite, Torquato
Vou levar esta sua 'Fogueira'.
:)
Obrigada
Olinda
Não tem de quê, cara Olinda!
Abraço também.
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