quarta-feira, outubro 31, 2012

Fogueira

Cais da Ribeira
Corpo que rasga a noite e vai deixando
atrás de si a luz da madrugada,
assim te desenhei em sonhos, quando
além dos sonhos não havia nada.

Fogueira que recusa o lume brando
das convenções e afronta a encruzilhada
dos dias, tal um anjo iluminando
tudo em redor ao brilho de uma espada,

eis como te quis ver, antes que fosses
um rosto e sobretudo um coração,
uns olhos claros e uns lábios doces

e eu me perdesse em ti como se não
houvesse mundo além do que te trouxe
à minha inebriante perdição.

15 Comments:

Blogger addiragram said...

Belo poema, onde paixão e amor se entrelaçam.

um grande abraço

9:11 da tarde  
Blogger jrd said...

Ateada por ti, a fogueira do amor é uma chama eterna.
Um lindo poema.

Abraço

9:36 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Obrigado e abraços também, caros Margarida e João!

10:08 da manhã  
Blogger Varela Pires said...

...Um poema em que o artífice da Poesia desenha os contornos de uma figura cativante e esperada, de uma mulher-desejo, vinda do nada sonhado e escuro, e que surge relampejante na madrugada do seu jovem sentir. Visão?... Real?... Corpo único, primeiro aceno do Amor pueril, branco e cândido, quando o vivê-la parece começar e se apaga de súbito.
... "Fogueira", porque arde os sentidos, mas elegante, fugidia, e impressiva até, inapagável gravar de uma aparição, eis que a vemos à distância, no espaço e no tempo amoroso, em que o poeta no-la mostra.
... Exercício de sabedoria?... Mitigar sofrido?... Nifa dos mares, do desconhecido, solução por saturar, líquido e "brilho", eis como ele a admitiu ver ou a sonhou olhando, como corpo de mulher fisicamente atraente, talvez inabitável porque demasiado sonhada, esvaído lugar feminino onde o próprio poeta receia perder-se, pois tanto a percepciona no quanto de inteligível e de pessoal nos pode atrair, como na insolvência do nosso possível, porventura nas encruzilhadas das muitas alucinações inegáveis... - V.P.

10:32 da manhã  
Blogger Vento said...

é sublime
o teu soneto de muito amor
e delicado

e com o devido respeito, li e achei valiosas as considerações tecidas por Varela Pires.

este será talvez o teu poema mais belo.

um beijo, Torquato.

10:49 da manhã  
Blogger Torquato da Luz said...

Belo exercício de análise, caro Varela Pires!
Um abraço amigo.

Excessiva generosidade, cara Maria!
Um beijo também.

6:08 da tarde  
Blogger Mar Arável said...

O amor é revolucionário

Abraço

7:35 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Se é, caro Filipe...

Outro

10:12 da manhã  
Blogger Vento said...

vim te ver
saber de ti
há muito que não publicas...

como estás, Torquato?!
deixo-te o meu abraço.

12:27 da manhã  
Blogger Torquato da Luz said...

Obrigado pela atenção, cara Maria!

Motivos de força maior obrigam-me a uma paragem, espero que breve, do Ofício Diário.

Um abraço também.

10:03 da manhã  
Blogger Olinda Melo said...


Uma bela Fogueira, caro Torquato, e tão bem ateada, com belas palavras e grande sensibilidade.

Abraço

Olinda

2:15 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Agradeço e retribuo o abraço, cara Olinda!

9:33 da manhã  
Blogger Olinda Melo said...


Ainda bem que já voltou.

:)

Outro abraço

Olinda

1:23 da manhã  
Blogger Olinda Melo said...


Boa noite, Torquato

Vou levar esta sua 'Fogueira'.

:)

Obrigada

Olinda

1:31 da manhã  
Blogger Torquato da Luz said...

Não tem de quê, cara Olinda!

Abraço também.

3:44 da tarde  

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