Não é fácil
Não é fácil amar-te, não é fácil
colar à minha a tua pele.
Mas, por mais que faça,
não sei fugir à força que me impele
a confundir no meu o teu abraço.
Nós viemos de longe, muito longe,
escapados de nós mesmos, foragidos,
em busca do lugar donde
nos apelavam os sentidos.
Mas tão depressa nos perdemos, tão depressa
a memória das coisas nos fugiu
que, rápida, a estranheza
do tempo nos tomou, como se um rio,
em passando por nós, nos esquecera.
Não é fácil amar-te, não é fácil
possuir-se a ausência de si mesmo.
Mais difícil, porém, é sempre o espaço
a vencer de regresso ao que esquecemos.
("Destino do Mar", 1991)
colar à minha a tua pele.
Mas, por mais que faça,
não sei fugir à força que me impele
a confundir no meu o teu abraço.
Nós viemos de longe, muito longe,
escapados de nós mesmos, foragidos,
em busca do lugar donde
nos apelavam os sentidos.
Mas tão depressa nos perdemos, tão depressa
a memória das coisas nos fugiu
que, rápida, a estranheza
do tempo nos tomou, como se um rio,
em passando por nós, nos esquecera.
Não é fácil amar-te, não é fácil
possuir-se a ausência de si mesmo.
Mais difícil, porém, é sempre o espaço
a vencer de regresso ao que esquecemos.
("Destino do Mar", 1991)
2 Comments:
Excelente! Gostei muito.
J. A. Paiva
Amar nem sempre é fácil. Tem muitas vezes algo de doloroso e paradoxal como sinto o teu poema. Gostei bastante, em especial dos 3 últimos versos da primeira estrofe: acho a imagem bela. Um beijo.
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