segunda-feira, outubro 17, 2011

Aparição

Rua do Arco a São Mamede
Há mil anos sentado à soleira da porta,
todos os sons, todos os cheiros,
ainda os mais longínquos, os mais ténues,
me falavam de ti.

Era o fragor dos motores,
o marulho das ondas,
o silvo dos navios,
o apito das traineiras,
o pio cruzado das gaivotas,
o cantochão das cigarras.

Era o odor dos frutos
derreando as árvores
e o estalido dos ramos secos
sucumbindo ao calor da tarde.

Era tudo pronto, enfim,
para a vertigem
de nos gostarmos
e eis que apareceste quando já
desistia de te ver chegar.

4 Comments:

Blogger jrd said...

Chegou a tempo. Ainda bem!

Abraço

2:34 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Outro, amigo João!

5:17 da tarde  
Blogger OutrosEncantos said...

por vezes passamos silenciosos, por esta razão ou aquela, não importa, mas passamos sempre.
um beijo, Torquato.

2:37 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Um beijo também, cara Maria!

4:48 da tarde  

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