Aparição
Rua do Arco a São Mamede
Há mil anos sentado à soleira da porta,todos os sons, todos os cheiros,
ainda os mais longínquos, os mais ténues,
me falavam de ti.
Era o fragor dos motores,
o marulho das ondas,
o silvo dos navios,
o apito das traineiras,
o pio cruzado das gaivotas,
o cantochão das cigarras.
Era o odor dos frutos
derreando as árvores
e o estalido dos ramos secos
sucumbindo ao calor da tarde.
Era tudo pronto, enfim,
para a vertigem
de nos gostarmos
e eis que apareceste quando já
desistia de te ver chegar.
4 Comments:
Chegou a tempo. Ainda bem!
Abraço
Outro, amigo João!
por vezes passamos silenciosos, por esta razão ou aquela, não importa, mas passamos sempre.
um beijo, Torquato.
Um beijo também, cara Maria!
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