Deixa-me adormecer
Deixa-me adormecer à sombra da lembrança
de quando era criança
e o mundo não ia além da nossa aldeia.
Não sabíamos nada e sabíamos tudo
porque de tudo tínhamos a ideia
de ser tão perto como o mar que se ouvia
feito um leão cansado que rugia.
Deixa-me adormecer no ombro da distância
e voltar breve à infância
ao tempo em que fomos donos do mundo
porque nas aparentes mãos vazias
guardávamos intacto o segredo profundo
o mistério insondável e sem fundo
de beijarmos as noites e os dias.
Deixa-me adormecer e não cuidar
de saber se hei-de vir a acordar.
6 Comments:
Adormecer tranquilo e abraçado à poesia e esperar confiante porque amanhã é outro dia.
Forte abraço
É isso mesmo, amigo João!
Forte abraço também
Adormecer
acordado
Abraço
Eis o segredo, amigo Filipe!
Outro
O barulho do mar...lembro-me muito bem e o som chega-me aqui envolto nas palavras do seu poema e é fantástico como tudo se encaixa...Donos de tudo, donos do mundo nas nossas 'aparentes mãos vazias'.
Obrigada, amigo Torquato.
:)
Abraço
Olinda
Abraço retribuído, amiga Olinda!
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