Direi flor
Direi flor, floresta, planta,
direi mar de quem comigo
sente prender-lhe a garganta
o nó daquilo que eu digo.
Direi jardim, pátio, poço,
direi cisterna de quem
me estende o peito, o pescoço,
para que os diga também.
De ti direi
chaminé do navio do meu corpo,
ave marinha que sei
saudosa de algum porto
que jamais atingirei.
Direi secura, se curo
da sede que sob a pele
me segue o sangue inseguro
quando me debruço dele.
Direi casa, quadra, canto,
direi cilada, cidade:
palavras feitas do espanto
da própria incomodidade.
direi mar de quem comigo
sente prender-lhe a garganta
o nó daquilo que eu digo.
Direi jardim, pátio, poço,
direi cisterna de quem
me estende o peito, o pescoço,
para que os diga também.
De ti direi
chaminé do navio do meu corpo,
ave marinha que sei
saudosa de algum porto
que jamais atingirei.
Direi secura, se curo
da sede que sob a pele
me segue o sangue inseguro
quando me debruço dele.
Direi casa, quadra, canto,
direi cilada, cidade:
palavras feitas do espanto
da própria incomodidade.
6 Comments:
E pela maneira como o dizes, que bela flor que deves ter Poeta.
Abraço
Aquele abraço também, amigo João!
Muito bonito!
Que belo ofício este que faz em cada verso um espiral de palavras que tocam o céu!
'De ti direi
chaminé do navio do meu corpo,
ave marinha que sei
saudosa de algum porto
que jamais atingirei.'
Destaco estes versos, mas poderia fazê-lo em relação a todos os outros...
:)
Abraço
Olinda
direi cheiro de jasmim
poema lindo, Torquato.
abraço.
Obrigado, caras Maria, Olinda e "Vento"!
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