Retrato
Um poço de ternura.
Cisterna que decanta
o líquido pastoso da loucura
que de súbito em mim se eleva e canta.
Reserva frágil de emoções.
Um forno em que se coze
a sede insaciável que me impõe
que viva e ouse.
Floresta agora, logo após deserto.
Árida aresta de tudo o que me chama.
Não sabendo de nada, apenas certo
da certeza invencível de quem ama.
Cantil de raiva que destila medo,
gato de unhas e patas aguçadas,
rasgo o pano da noite e com um dedo
acuso as madrugadas.
("Lucro Lírico", 1973)
Cisterna que decanta
o líquido pastoso da loucura
que de súbito em mim se eleva e canta.
Reserva frágil de emoções.
Um forno em que se coze
a sede insaciável que me impõe
que viva e ouse.
Floresta agora, logo após deserto.
Árida aresta de tudo o que me chama.
Não sabendo de nada, apenas certo
da certeza invencível de quem ama.
Cantil de raiva que destila medo,
gato de unhas e patas aguçadas,
rasgo o pano da noite e com um dedo
acuso as madrugadas.
("Lucro Lírico", 1973)
4 Comments:
Um belo retrato, num belo poema.
J. Paiva
Este teu ofício diário é um local de excelência.
Obrigado.
Muito obrigado, Toy. O abraço de sempre.
Belíssimo retrato este! Rica a imagística, fluida e a gradável a leitura. Um beijo.
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