O frio
O frio abriu corredores
quando passou entre os cabelos
de nós dois.
Foi na noite precisa em que soubemos
que era provável não vivermos
outra noite depois.
No quarto incendiado um vidro da janela
subitamente se partira,
batido pelo vento.
E nós éramos nus, vestidos só daquela
antiquíssima ira
que desconhece o desalento.
("Voz Suspensa", 1970)
quando passou entre os cabelos
de nós dois.
Foi na noite precisa em que soubemos
que era provável não vivermos
outra noite depois.
No quarto incendiado um vidro da janela
subitamente se partira,
batido pelo vento.
E nós éramos nus, vestidos só daquela
antiquíssima ira
que desconhece o desalento.
("Voz Suspensa", 1970)
2 Comments:
Viva caro Torquato... Venho chamar a atenção para um novo poeta que desponta entre nós. Chama-se Daniel Costa-Lourenço, costuma assinar sob o pseudónimo Daniel Bayesha, e faz parte dos editores do Shrine. Está no blog um link para a página dele e um pequeno texto que escrevi (sob a minha verdadeira identidade) que figurará no convite da Editora. Merece uma visita. Abbraccio. Paolo.
Obrigado, Paolo, pela recomendação. Gostei da visita e vou "linkar". Um abraço!
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