terça-feira, fevereiro 01, 2005

Manhã

Não me acorda a manhã.
Apenas o silêncio
no incêndio do meu quarto.

É o teu corpo nu,
essa boca omnipresente,
o duríssimo peito que me estendes.

Não me acorda a manhã.
Apenas esta fome,
a insuperável dor da solidão.

("Lucro Lírico", 1973)