Deslumbramento
Deslumbram-me as palavras,
a sua frágil consistência, o ar humilde
que aparentam quando encaram
a minha impertinência.
Uso-as como quem percorre
a casa, a sala, o quarto de vestir.
Somos amigos desde sempre, não existe
entre nós qualquer reserva.
Por vezes, uma ou outra
rebela-se e avança como se
me julgasse alheado
da sua imanente dignidade.
Nada disso, porém, anula o pacto
que muito cedo firmámos,
mútuos escravos que somos.
(2005)
a sua frágil consistência, o ar humilde
que aparentam quando encaram
a minha impertinência.
Uso-as como quem percorre
a casa, a sala, o quarto de vestir.
Somos amigos desde sempre, não existe
entre nós qualquer reserva.
Por vezes, uma ou outra
rebela-se e avança como se
me julgasse alheado
da sua imanente dignidade.
Nada disso, porém, anula o pacto
que muito cedo firmámos,
mútuos escravos que somos.
(2005)
7 Comments:
Interessante. Muito interessante mesmo. Gostei. Parabéns! Vou voltar.
Porque não dar voz à rebeldia das palavras?
Muito bem comunicada a tensão existente entre o poeta e a sua escrita.
Um soneto deslumbrante... de palavras serenas, que se conjungam entre si...
Gostei.
;)
temos aqui um poeta nato. parabéns
amcosta.blogs.sapo.pt
Abraços e obrigado pelas vossas palavras.
Cada vez mais me revejo nestes poemas, que me deslumbram.Fazem parte de mim e do que sou.Mj
Um bj muito grande!
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