O rapaz da concertina
Foto TL
Tiraram-no da escola e largaram-no na Baixa
com uma concertina, um cão e uma caixa,
ordenando-lhe só que se fizesse à vida.
Agora chega de manhã à Rua Augusta
e, sentado no chão, mostra que não lhe custa
nada tocar o dia inteiro e de seguida.
Turistas e passantes, contemplando a cena,
acham-lhe graça e às vezes lançam uma pequena
moeda à caixa, fazem fotos e lá vão.
E ele, que sempre fica, ignora que mais cedo
do que imagina hão-de chegar a noite e o medo
com que a pobreza usa vestir a solidão.
com uma concertina, um cão e uma caixa,
ordenando-lhe só que se fizesse à vida.
Agora chega de manhã à Rua Augusta
e, sentado no chão, mostra que não lhe custa
nada tocar o dia inteiro e de seguida.
Turistas e passantes, contemplando a cena,
acham-lhe graça e às vezes lançam uma pequena
moeda à caixa, fazem fotos e lá vão.
E ele, que sempre fica, ignora que mais cedo
do que imagina hão-de chegar a noite e o medo
com que a pobreza usa vestir a solidão.
9 Comments:
Preciso do silêncio por uns tempos, mas continuo a ser visita desta casa. Um grande beijinho.
Continuarei também a visitar o "8ª Edição", na esperança de que a Joana quebre o silêncio. Outro beijinho.
belo porque é água
que chove
simples
natural
como se escreve aqui
Apareça no meu mar
Obrigado, Filipe. É meu hábito passar por lá...
olhar triste e belo ao mesmo tempo. percebe-se porque o tocou a ponto de inspirar (mais) um belo poema.
beijo*
Outro beijo*, cara "inconfidente".
Bonito poema. E triste, que é como fico quando passo por este miúdo que me habituei a ver crescer. Lembro-me dele muito pequeno, sempre com o mesmo ar de quem não se queixa da vida que tem, do muito que a sorte lhe roubou. O que fará quando não está na Rua Augusta? Que amores, que histórias, que alegrias?, pergunto-me...
São perguntas que também me faço, caro Friend.
Não é uma concertina mas sim um acordeão.
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