Um muro
Rua do Norte, Bairro Alto
Um muro e outro muro
só a palavra alada os esvoaça,
ave da noite que defronta o escuro
e deixa o dia onde passa.
Mas onde achá-la, em que praia
desvendar a beleza do seu corpo,
onde encontrar quem saiba
das paisagens que há dentro do seu rosto?
Se todos os silêncios são nocturnos,
a memória gelada que a procura
é um comboio de bruma
sitiada nos vóltios da ternura.
só a palavra alada os esvoaça,
ave da noite que defronta o escuro
e deixa o dia onde passa.
Mas onde achá-la, em que praia
desvendar a beleza do seu corpo,
onde encontrar quem saiba
das paisagens que há dentro do seu rosto?
Se todos os silêncios são nocturnos,
a memória gelada que a procura
é um comboio de bruma
sitiada nos vóltios da ternura.
("Lucro Lírico", 1973, rev.)
4 Comments:
Mesmo quando se erguem muros em volta, a (tua) palavra voa livre e clara.
Um abraço, Poeta!
Um abraço também, caro João!
:))
:))
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