segunda-feira, novembro 08, 2010

Um muro

Rua do Norte, Bairro Alto

Um muro e outro muro
só a palavra alada os esvoaça,
ave da noite que defronta o escuro
e deixa o dia onde passa.

Mas onde achá-la, em que praia
desvendar a beleza do seu corpo,
onde encontrar quem saiba
das paisagens que há dentro do seu rosto?

Se todos os silêncios são nocturnos,
a memória gelada que a procura
é um comboio de bruma
sitiada nos vóltios da ternura.
("Lucro Lírico", 1973, rev.)

4 Comments:

Blogger jrd said...

Mesmo quando se erguem muros em volta, a (tua) palavra voa livre e clara.
Um abraço, Poeta!

6:02 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Um abraço também, caro João!

7:18 da tarde  
Blogger mdsol said...

:))

9:19 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

:))

9:43 da manhã  

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