quinta-feira, janeiro 06, 2011

Rosto a rosto

Rua de São Bento
Olhemo-nos rosto a rosto
e sem demoras troquemos
sobre as rugas do tempo e do desgosto
as palavras que nos devemos.
Palavras arrancadas do mais fundo
da alma, onde as escondemos
tempo demais, como se o mundo
pudesse esperar que nunca fossem ditas.
Palavras feitas de horas infinitas
de silêncio forçado
e enfim libertas do seu longo exílio
por entre a inocência e o pecado.
Palavras que nos sejam um auxílio
para os dias sombrios à nossa espera
e que transportem sol e primavera.
Palavras como espuma e maresia,
temperadas de sal e de calor,
que nos matem a sede de poesia
e a fome de amor.

6 Comments:

Blogger jrd said...

Olhos nos olhos. Boca a boca.
Belo poema.
Abraço

3:50 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Outro abraço, meu sempre atento amigo João!

8:51 da tarde  
Blogger luisa said...

Gosto do poema, sim... mas a fotografia então... é lindíssima.

2:03 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Foi feita há três ou quatro dias, no jardinzinho ao lado do Parlamento. Bom fim-de-semana, com mais um excelente "passeio de domingo", cara Luísa!

2:08 da tarde  
Blogger OutrosEncantos said...

Eu nem sei que dizer Torquato.
É muito mais que um poema "o" que aqui deixaste, chamar-lhe-ia um grito, uma súplica.
Lindissimo.
Abraço.

7:30 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Um abraço também. E tem um bom fim-de-semana!

7:35 da tarde  

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