quinta-feira, dezembro 02, 2010

Chuva no telhado

Alcantarilha

Toda esta noite a chuva amiga
me cantou insistente no telhado
aquela velha cantiga
que me embalou o passado,
quando eu era criança e não fazia ideia
de existir mundo além da minha aldeia.

Nesse tempo feliz e descuidado,
tudo era fácil, simples e perfeito
e à noite, ouvindo a chuva no telhado,
eu apertava contra o peito
a ambição de um outro lado
que talvez me estivesse destinado.

Mas eis que, ao fim da viagem
que me foi dado empreender,
volto ao encontro da paisagem
que faz parte do meu ser
e posso ouvir de novo essa cantiga
que canta no telhado a chuva amiga.

10 Comments:

Blogger Obtuso said...

...irritante por vezes, desconfortável e incómoda... ainda é bom ouvi-la e reviver os tempos "felizes e descuidados" de petiz.

Este poema é belo e faz-me sentir saudades do tempo de menino à espera que ela deixasse de cantar para ir chafurdar nas poças lá da aldeia!

9:59 da manhã  
Blogger Torquato da Luz said...

Só tu! Forte abraço, amigo Tibério!

3:01 da tarde  
Blogger MeuSom said...

É muito bom voltar às origens, sim, bem como ouvir a chuva bater em qualquer telhado ou janela.
Abraço.

5:47 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

É isso mesmo, cara "MeuSom"!
Abraço também.

6:29 da tarde  
Blogger addiragram said...

Quando escutamos, ouvimos. :))
um beijinho

11:38 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Outro beijinho, cara Margarida!

9:13 da manhã  
Blogger Zélia Guardiano said...

Ah, Torquato, a chuva no telhado...
Ela nos fala do passado.
Recita, em ladaínha...
Muito lindos os seus versos!
Grande abraço

11:31 da manhã  
Blogger Torquato da Luz said...

Um grande abraço também, cara Zélia!

2:38 da tarde  
Blogger jrd said...

A beleza de um poema telúrico.
Um abraço

9:39 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

:)), cara Mdsol!

Outro abraço, caro João!

9:45 da manhã  

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