Lentamente
Acrílico sobre tela
(pormenor)
Torquato da Luz, 2002
Não nos pertence a noite nem o dia
nem a luz revelando o desalinho
em que ficou a nossa cama.
Tão-pouco nos pertence a maresia
que em nossos corpos como um vinho
lentamente se derrama.
Não nos pertence a clara madrugada
nem o pálido azul do fim de tarde.
Apenas nos pertence
esta dor que pensámos adiada
mas por dentro nos arde
e lentamente nos vence.
(2006)
4 Comments:
Apenas nos pertence
esse poema
que se derrama
na alma
de quem calma
e absolutamente
se ama.
Esplêndido, Sofia. Um beijo.
Deixei aqui um comentário que não encontro, onde falava do ritmo lento e quente do teu poema, com um certo sabor a uma amargura doce de algo que se perdeu no tempo.
Toy:
O Blogger é assim...
Obrigado pelas tuas palavras e o abraço de sempre.
Enviar um comentário
<< Home