Jejum
Sobre o Tejo/Foto TL, 2007
Cada dia que passa é menos um
no incêndio implacável dos teus dias,
mas, podes crer, não hás-de ter nenhum
que volte a ser como este. O mais comum
será, entre as incertas alegrias
deste tempo sem sol que inda te resta,
ouvires lá fora, como num lamento,
a voz inquieta que cavalga o vento
ditando para breve o fim da festa.
Cada dia que passa é só mais um
na contagem voraz do teu jejum.
8 Comments:
antes "incertas alegrias" que certezas de tristeza Caro Poeta .. :)
Deliciosa a fotografia.
Pois é, Catarina..:)
A cadência das palavras. O reforço da imagem... Gosto!
E, vivamos então, o que nos chega...
:))
Certamente, Mdsol.
:))
Viver a contagem decrescente é mortificar e desertificar o tempo presente.
O que mais gostei no poema foi a possibilidade de uma diversidade de leituras.
Obrigado pela reflexão, sempre oportuna, Margarida.
Um poema que suscite várias interpretações só pode ser de um grande poeta. Parabéns e a foto está a conduzir com tudo.
Beijos
Sempre atenta e amiga, Fatyly. Bjs.
Enviar um comentário
<< Home