Agora
O Tejo, no Cais do Sodré
Não me digam que espere, eu quero já.
Cedo era ontem, amanhã é tarde.
Capitão de navios que já não há,
não vou deixar que o tempo me deserde.
Portanto, agora!
Hoje é que eu sou no gume da navalha.
Todo o minuto de outra hora
é a margem-viagem que me falha.
Já é que eu sou e não me peçam nada
para amanhã, que é tarde.
Larguei todo o meu pano à madrugada,
não vou deixar que o tempo me deserde.
Cedo era ontem, amanhã é tarde.
Capitão de navios que já não há,
não vou deixar que o tempo me deserde.
Portanto, agora!
Hoje é que eu sou no gume da navalha.
Todo o minuto de outra hora
é a margem-viagem que me falha.
Já é que eu sou e não me peçam nada
para amanhã, que é tarde.
Larguei todo o meu pano à madrugada,
não vou deixar que o tempo me deserde.
("A Porta da Europa", 1978, rev.)
14 Comments:
Maravilha, Torquato!
Maravilha!
Ah, a certeza absoluta revelada: agora é a hora... Nenhum outro momento.
Grande abraço!
Grande abraço também, cara Zélia!
:)))
Estou contigo poeta, porque este é um tempo de não ter tempo.
Abraço
... agarra então o teu agora, Torquato! se agora é a hora... olha que ela já está a fugir...
:)beijo
:))), cara Maria do Sol!
Tempus fugit, amigo João! Abraço.
:)beijo também, cara Maria!
Muito bom
Intemporal
Um forte abraço, amigo Filipe!
Fiquei estonteada com sua "boa poesia" ,
fui lendo e me embebia diante de sua alma poeta.
Todos os adjetivos que eu escrever,
seriam poucos perto do Mestre desta Arte que acabei de Ler aqui.
Com admiração,
Efigenia Coutinho
Obrigado pelas suas generosas palavras, cara Efigênia!
O seu poema tem aquilo que é a marca-de-água da poesia: ritmo.
Um bom fim de semana.
Bom fim-de-semana também, cara São!
Belo e intenso!
um grande abraço
Um grande abraço também, cara Margarida!
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