Esperança
Angústia tem um nome: é um navio
e junto à chaminé de todas a mais alta
os meus braços erguidos contra o frio
com que me vai doer a tua falta.
Angústia tem um nome: é este cais
da nossa raiva inútil e antiga.
É a faca do medo do não mais,
a navalha enterrada na barriga.
Por isso falo e só por isso digo
as palavras que inventam a lembrança
da festa, meu amor, de estar contigo.
E faço do meu frio a minha esperança.
("Lucro Lírico", 1973)
e junto à chaminé de todas a mais alta
os meus braços erguidos contra o frio
com que me vai doer a tua falta.
Angústia tem um nome: é este cais
da nossa raiva inútil e antiga.
É a faca do medo do não mais,
a navalha enterrada na barriga.
Por isso falo e só por isso digo
as palavras que inventam a lembrança
da festa, meu amor, de estar contigo.
E faço do meu frio a minha esperança.
("Lucro Lírico", 1973)
2 Comments:
Poema de angústia, de esperança, de amor. Bem concebido e com uma imagística muito rica e bela! Um beijo e bom fim de semana.
Outro beijo e bom fim de semana também!
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