Urgência
Falo de um país que sangra
e nunca mais direi ontem.
Recuso o pio da coruja
e a todo o avanço de uma voz inútil
oporei a dureza dos ouvidos.
Às plantas
pedirei que floresçam mais depressa.
E aos campos desolados
que se rasguem em trigo e o trigo em pão,
porque é urgente.
É urgente um país onde ser homem
corresponda a estar atento.
("Lucro Lírico", 1973)
e nunca mais direi ontem.
Recuso o pio da coruja
e a todo o avanço de uma voz inútil
oporei a dureza dos ouvidos.
Às plantas
pedirei que floresçam mais depressa.
E aos campos desolados
que se rasguem em trigo e o trigo em pão,
porque é urgente.
É urgente um país onde ser homem
corresponda a estar atento.
("Lucro Lírico", 1973)
3 Comments:
belíssimo e urgente...
um abraço maria
belo poema .
urgentíssimo!
solidária com ele.
abraço,
maria azenha
Gostei muito em especial do final. Um abraço
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