Dói-me o país
Assembleia da República / Foto TL, 2008
Dói-me o país: ele é minha pertença
como eu também lhe pertenço.
E tenho o direito, penso
(ninguém me desconvença),
de pedir contas a quem o pôs assim,
que mais parece à beira do fim.
Dói-me o país: ele é parte de mim
como eu também sou parte dele
- e temos ambos a mesma pele.
Dói-me o país, como se um mal ruim
nos tivesse roubado aos dois
a esperança de haver depois.
E, no entanto, ainda creio que sim,
que há-de chegar o momento
de pôr termo ao sofrimento.
14 Comments:
Escrito com a "alma". Eu teria tendência, nesta altura, a ampliar o âmbito deste doer. "Algo está mal no reino da Dinamarca".
É isso, cara Margarida.
Que bem que dizes, Torquato: "Dói-me o país" e dói-me, principalmente, o mundo que os meus netos, todos os netos, vão ter que sofrer.
Também me preocupa o futuro que os espera, Laura.
e é imensa a nossa responsabilidade no legado Caro Torquato ..
Duvido de que estejamos à altura dessa responsabilidade, cara "Once".
Também me dói este país.
Mas não é por me doer que o rejeito.
E também creio que há-de chegar o momento em que tudo isto vai dar uma volta. Se não formos nós, os mais velhos, hão-de ser novas gerações que, apesar de tudo, estão por aí a aportar.
Caro "Peciscas", é evidente que também não rejeito, perfilhando a esperança de que fala.
Também creio que sim Torquato.
Saibamos nós resistir, e lutar, com a coragem que o nosso país merece. Até que deixe de doer...
Um abraço
Com certeza, cara Susana.
Outro abraço.
dói-me o país que amo, que me viu crescer. está na altura de retribuir e de fazer o melhor que sei e posso pelo meu país.
um grande beijinho para si, Torquato (com saudade).
Seja bem (re)aparecida, cara Joana. Um beijinho também.
Um poema bem sentido e oportuno, mas faço minhas as palavras dos comentadores, apesar de nos doer imenso jamais baixar os braços.
Parabéns poeta e toma lá um abração
Obrigado, Fatyly, e outro abração.
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