segunda-feira, abril 05, 2010

Retrato

Acrílico sobre tela/TL, 2003

Um poço de ternura.
Cisterna que decanta
o líquido pastoso da loucura
que de súbito em si se eleva e canta.

Reserva frágil de emoções.
Um forno em que se coze
a sede insaciável que lhe impõe
que viva e ouse.

Floresta agora e logo após deserto.
Árida aresta daquilo que o chama.
Não sabendo de nada, apenas certo
da certeza invencível de quem ama.

Cantil de raiva que destila medo,
gato de unhas e patas aguçadas,
rasga o pano da noite e com um dedo
acusa as madrugadas.

6 Comments:

Blogger jrd said...

Terrivelmente belo.
Abraço

9:22 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Um forte abraço também, caro JRD.

10:11 da tarde  
Blogger Rosa dos Ventos said...

Há alquimia nesta pintura!

Abraço

12:38 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Grato pela visita e pela alquimia, retribuo o abraço com muito gosto, Rosa dos Ventos.

2:28 da tarde  
Blogger addiragram said...

Belo poema! Parabéns!

11:32 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Obrigado, Margarida.
(As férias foram boas?)

9:48 da manhã  

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