sexta-feira, maio 13, 2005

(Des)conhecimento

Conheço as ruas todas do seu corpo
e os secretos recantos de que é feito,
as rugas que despontam no seu rosto
e os vales verdejantes do seu peito.

Conheço os rios que nascem dos seus olhos
e o fogo que irradia dos seus lábios,
as largas avenidas que a percorrem,
entre poços, jardins, fontes e pátios.

Conheço os dedos finos com que, atenta,
sempre me acaricia e me dá calma,
quando esta dor terrível me atormenta:
jamais conhecerei a sua alma.

(2005)