País
País estilhaçado, estraçalhado,
estiraçado entre o medo e a maresia,
país estalactite, estalagmite,
país de bruços que nos braços
carrega sombras e cansaços.
País dilacerado, lacerado,
encalacrado até aos gorgomilos,
país adiamento, aditamento,
país padrasto dos seus próprios filhos.
País que eu amo, que desamo
para logo a seguir amar de novo,
país que tem o nome por que chamo
aquilo que estremeço até ao osso.
(2006)
estiraçado entre o medo e a maresia,
país estalactite, estalagmite,
país de bruços que nos braços
carrega sombras e cansaços.
País dilacerado, lacerado,
encalacrado até aos gorgomilos,
país adiamento, aditamento,
país padrasto dos seus próprios filhos.
País que eu amo, que desamo
para logo a seguir amar de novo,
país que tem o nome por que chamo
aquilo que estremeço até ao osso.
(2006)
9 Comments:
Que grande força tem o teu poema!
Fizeste-me "estremec(er) até ao osso".
Oportuníssimo, este poema. Muito bem visto, como sempre.
Que se há-de fazê-lo?...
País que eu amo e desamo e torno a amar...
Mas que é mau padrasto dos seus filhos é!
GOSTEI A VALER! Parabéns!
li um poema seu e, procurando no google, achei o seu blogue...
li os poemas que o ecrã do meu computador consegue comportar....
li, gostei e usarei este espaço como pesquisa literária.
RPM
Vim até aqui pelo Tomarpartido.
Excelentes poemas que aqui tem.
Aprecio muito poesia. Parabéns.
Voltarei
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