Espera
Quase trinta anos depois, ainda estou à tua espera
no átrio do hotel onde combinámos encontro,
ó visão esplendorosa como não tivera outra.
Estou certo de que hás-de vir
e, sem pedir desculpa pelo atraso,
contarás uma história qualquer sobre os transportes,
que nunca andam a horas, como é sabido.
Continuaremos então a conversa
que deixámos a meio no avião,
quando o acaso nos pôs lado a lado
por duas ou três horas,
que contigo não passaram de breves minutos.
Talvez chegues de noite ou pela madrugada,
não interessa o momento, haverá sempre
a imensa claridade azul do teu olhar.
E nada mais de mim há-de ficar
do que a lembrança de te ter amado.
(2006)
8 Comments:
Excelente!
Um abraço, caro Ricardo, e obrigado.
Que turbilhar desesperado se movimenta na placidez de um calmo poema de amor.
É a vida, como diria o outro... Bom fim de semana, Toy!
Revejo-me neste belissimo post...
gosteiiiiiiiiiii :)
Também gostei do seu blog, Helder.
Em toda esta actividade de ler e escrever na blogosfera há qualquer coisa de frenesim, por muito que o faça com tranquilidade.
Vir aqui ao seu blogue e ler a sua poesia é assim como fazer uma pausa num cantinho mais fresco da blogosfera.
Sou leitor diário do "Herdeiro de Aécio", caro A. Teixeira. Obrigado pelas suas palavras.
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