quarta-feira, maio 31, 2006

Memória








A memória dos cheiros
leva-me à velha casa dos avós,
com suas arcas de figos secos,
amêndoas e alfarrobas.

Em olorosa festa,
há uvas que rescendem
entre albricoques, pêssegos, ameixas
e pêras-engasgas.

Cheiros que fazem a memória
de um tempo que me interpela.

(2006)

9 Comments:

Blogger Unknown said...

Memória... de um tempo que nos interpela.

2:27 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Memória... guarda tristezas e, ainda bem, muitas alegrias, cheiros, gentes e paisagens.

Beijinhos,

Fátima

4:23 p.m.  
Blogger Torquato da Luz said...

Toy:
É claro, tu também estavas lá.
Um abraço.

Fátima e Laura:
A memória olfactiva é deveras importante.
Beijinhos.

7:00 p.m.  
Blogger Unknown said...

Torquato, quando escrevi o meu "nos", pensei que o irias interpretar como o fizeste. Mas o meu "nos" não é dual, como os os árabes usam, é mesmo plural, extensível a todos, como quem se pergunta sobre a extinção desses odores?

7:54 p.m.  
Blogger Torquato da Luz said...

Com certeza, meu caro Toy.

8:41 p.m.  
Blogger Ricardo António Alves said...

Tenho um (já) velho poemeto que fala de aromas e duma avó. Lembrou-mo, e vou postá-lo no «Abencerragem». Obrigado.

11:33 p.m.  
Blogger Torquato da Luz said...

Fico à espera, Ricardo. Um abraço.

9:03 a.m.  
Blogger RPM said...

Gosto do final do mês de Agosto porque há cheiros desse pronúncio de Outono....a minha estação favorita....

os poemas são um continuar da mesma linha de qualidade. O último, dos camponeses é um pouco triste....

abraço

RPM

8:15 p.m.  
Blogger Torquato da Luz said...

A tristeza também faz parte da vida - e, portanto, da poesia. Outro abraço, Rui Pedro.

9:36 p.m.  

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