A memória dos cheiros
leva-me à velha casa dos avós,
com suas arcas de figos secos,
amêndoas e alfarrobas.
Em olorosa festa,
há uvas que rescendem
entre albricoques, pêssegos, ameixas
e pêras-engasgas.
Cheiros que fazem a memória
de um tempo que me interpela.
(2006)
9 Comments:
Memória... de um tempo que nos interpela.
Memória... guarda tristezas e, ainda bem, muitas alegrias, cheiros, gentes e paisagens.
Beijinhos,
Fátima
Toy:
É claro, tu também estavas lá.
Um abraço.
Fátima e Laura:
A memória olfactiva é deveras importante.
Beijinhos.
Torquato, quando escrevi o meu "nos", pensei que o irias interpretar como o fizeste. Mas o meu "nos" não é dual, como os os árabes usam, é mesmo plural, extensível a todos, como quem se pergunta sobre a extinção desses odores?
Com certeza, meu caro Toy.
Tenho um (já) velho poemeto que fala de aromas e duma avó. Lembrou-mo, e vou postá-lo no «Abencerragem». Obrigado.
Fico à espera, Ricardo. Um abraço.
Gosto do final do mês de Agosto porque há cheiros desse pronúncio de Outono....a minha estação favorita....
os poemas são um continuar da mesma linha de qualidade. O último, dos camponeses é um pouco triste....
abraço
RPM
A tristeza também faz parte da vida - e, portanto, da poesia. Outro abraço, Rui Pedro.
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