Quatro estações
No tempo em que eram quatro as estações do ano,
havia o Outono e tu chegavas.
Trazias o olhar cheio de marés
e enredados nos cabelos
restos de conchas, búzios, algas, essas coisas
que as ondas gostam de lançar à praia.
Embora tenha sido há muitos anos,
ainda lembro o desenho dos teus lábios,
de uma cor roubada
ao vermelho das arribas.
Estendias-me as mãos e eu procurava
agarrá-las como quem
no deserto encontra a água dos oásis.
Depois, vinha o Inverno e nós vivíamos
a mútua entrega dos nossos corpos jovens,
até sobrar da Primavera
um Verão à espera de outro Outono.
(2005)
havia o Outono e tu chegavas.
Trazias o olhar cheio de marés
e enredados nos cabelos
restos de conchas, búzios, algas, essas coisas
que as ondas gostam de lançar à praia.
Embora tenha sido há muitos anos,
ainda lembro o desenho dos teus lábios,
de uma cor roubada
ao vermelho das arribas.
Estendias-me as mãos e eu procurava
agarrá-las como quem
no deserto encontra a água dos oásis.
Depois, vinha o Inverno e nós vivíamos
a mútua entrega dos nossos corpos jovens,
até sobrar da Primavera
um Verão à espera de outro Outono.
(2005)
7 Comments:
Belíssimo.
Lindo de morrer!
Felizmente estamos no Outono.
Obrigado, caros Anonymous (?) e Toy. Bom fim-de-semana!
Retribuo os beijos e os votos para o fim-de-semana, Laura. A propósito, a "Senda" está cada vez melhor. Parabéns! Gostei muito do último "respigo africano", que acabei de ler.
Lindíssimo poema de memórias das quatro estações.
Bom fim de semana e um beijo.
Muito brm! Gosto mesmo!
1 Abr
Pedro
Que bela forma de falar das estações!
1 abr
Pedro
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