Na margem
Acrílico sobre tela/Torquato da Luz, 2005
Fiquei na margem, olhando o rio,
abundante de barcos e de silvos.
Deixei passar as velas, não liguei ao voo
das gaivotas, ao ronco dos motores.
Nem dei pelas pessoas
que se agitavam, quais formigas
prevenindo o Inverno
ou abelhas em busca de pólen.
É que a chuva dissipava
tudo quanto era inútil ou ingrato
e o rio apenas me dava,
original e puro, o teu retrato.
(2006)
11 Comments:
Há retratos que todos os sentidos ao meu redor teimam em me dar ou devolver. Também num outro rio se espelha em mim a imagem de uma outra pessoa. E tudo o resto, à volta, se transforma nessa mesma imagem. E também este poema se transfigurou nela. Gostei. Continuo gostando muito. Bjnhs Fatma.
Ainda bem, Fatma. Beijinhos.
Belo, límpido, autêntico, único. Assim vejo o retrato, o teu... na margem!
Obrigado, Susana. Bjs.
Há um barco chamado Linda amarrado no Indico...
Post belíssimo, como de costume!
Tela e poema em sintonia. Que bom é quando algo depura as imagens e fica só o que apreciamos!
Um beijo
Só sei dizer que gostei e...muito.Uma alegria ver a cor das palavras! parabéns!
125_azul, Pink e addiragram:
Grato pelas vossas palavras.
Prezado Torquato,
cheguo aqui pela primeira vez, e, sem pressa, permaneço, tendo em vista a excelência do blogue. Belos trabalhos na tela, que nem mesmo os digo abstratos, nem mesmo os raciocino como sendo fruto de uma paixão, e etc... deixo que entrem na minha percepção, e é o quanto me basta. Longa vida ao 'Ofício Diário".
Na margem, onde sempre vamos ficando...
Beijinho
Outro beijinho, desta margem, Fátima.
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