Vertigem
Travessa
de Stª Teresa
Foto TL
Chegaste quando já desesperava
de te ver chegar.
Há mil anos sentado à soleira,
todos os sons, todos os cheiros,
ainda os mais longínquos, os mais ténues,
me falavam de ti.
Era o ronco dos motores,
o marulho das ondas,
o silvo dos navios,
o apito das traineiras,
o pio cruzado das gaivotas,
o cantochão das cigarras.
Era o odor dos frutos
derreando as árvores
e o estalido dos ramos secos
sucumbindo ao calor da tarde.
Era tudo pronto, enfim,
para a vertigem
de eu gostar de ti.
14 Comments:
O que nos faz...continuar!
Lindo demais!
Beijos sinceros
Beijos de Santo António, Fatyly!
Não há alternativa para o amor
Ainda bem, caro E. Filipe.
É essa tenacidade sua, de um homem capaz de esperar mil anos sem perder o vigor da força que sustenta o que busca que admirei aqui nas palavras que escreveu.
Vertigem é dizê-lo assim, com as palavras que nos habituaste a ler.
Beijo.
Beijinhos e abraços, Joana e Ana.
Todo o tempo esperado, todas as palavras, todos os gestos, justificam-se pela vertigem.
Um abraço,Torquato.
Silvia
Lisboa a amada!
Quando lá vou, são os cheiros que primeiro me integram, só mais tarde os ruídos.
É isso, Sílvia.
Lisboa continua, por mais uns dias, sob o signo dos jacarandás, Marta.
Um abraço pelo poema!
Outro, Rosa.
conheço muito bem...quando vou para o pão com canela , costumo pasar por esta rua...lindissimo poema como sempre..
É a minha rua há coisa de 40 anos, Menino.
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