Abandono
Foto TL
Não digas nada, deixa apenas
as mãos entregues ao calor das minhas
e olha-me nos olhos como quando
nos fitávamos, pássaros surpresos
do próprio voo, adolescente e luminoso.
Ambos sabemos desde há muito: a vida
é uma longa paciência e não há forma
de viver ao abandono dos que amamos.
Sobrevivamos, pois, no fio dos dias
que nos restam ainda, se é que o tempo
nos favorece como dantes.
E mantenhamos as mãos coladas,
olhares fitos um no outro, meu amor.
16 Comments:
Deixemo-nos tocar pelas "almas" que se tocam...
Gostei muito do seu poema, parabens!
É isso, cara Addiragram.
Obrigado, Luís, volte sempre.
o abandono ao amor... tão belo... tão sereno. um beijinho.
Outro beijinho, Joana.
Que o amor não é feliz todos os dias, que os olhos não brilham sempre da mesma maneira, que sorriso nem sempre descreve o mesmo arco, já sabemos... mas ter a coragem desse abandono de mãos, de corpo, em silêncio, pode ser o ponto de partida para que "o tempo nos favoreça como dantes". Lindo poema, Torquato. Ah, e perdoe a menção, mas hoje tenho para a troca. Um abraço!
Boa troca, HF! Outro abraço.
Como parece simples escrever assim, quando leio estes textos que aqui deixa, com tanto conteúdo em tão pequena embalagem.
Parabéns.
lindissimo.
...
beijo*
Obrigado, caro Agridoce.
Outro beijo, cara "inconfidente".
E que tudo seja eterno enquanto dura! Que se viva ao máximo cada história...ela pode não durar para sempre mas vale a pena da mesma forma.
Como sempre um grande poema!
Bondade sua, cara Sophos.
Com o correr do tempo tão silencioso, é no entrelaçar de mãos e olhos nos olhos que se fortalece o amor. Há gestos que valem por mil palavras, por mil prendas.
Gostei muito!
Beijocas
Mais beijocas, Fatyly.
Nem vou dizer como é belo o poema.
Quem está doente Torquato da Luz?
Beijo grande
Nada de preocupante, Marta.
Mais um beijo grande.
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