Solidão
Tejo lisboeta/Foto TL
Hei-de lembrar-te ainda, quando o vento
tiver varrido as folhas da memória
e nada mais couber na nossa história
de amor do que o direito ao esquecimento.
Hei-de lembrar-te ainda, quando a dor
das horas em que não estive contigo
tiver passado, exorcizando o perigo
de me render a outra dor maior.
Hei-de lembrar-te ainda, quando não
souber mais quem tu eras, solidão.
13 Comments:
novamente sem palavras eu ..
mas de alguma me "hei-de lembrar .."
Com certeza, cara "Once".
Querido Torquato, os seus poemas têm sempre o dom de pacificar-me. Mesmo quando são tristes, como este. Obrigada por esse sortilégio.
Um beijo
Ainda bem, querida Ana, fico-lhe grato por essas palavras.
Outro beijo.
Não haverá, porventura, ofício mais solitário do que o de poeta.
Mas é uma solidão posta em comum com os outros.
É isso mesmo, caro "Peciscas".
O abraço de sempre.
E mesmo, quando julgamos não nos lembrar, somos surpreendidos pela lembrança...É assim...quando é verdade.Bonito, bonito poema!
Beijinhos.
Caros Luís e Margarida, lembrar é preciso.
Um abraço e beijinhos (respectivamente, claro...)
Nunca é demais lembrar e de olhos postos no além...muito tocante mas imensamente belo.
A foto identificadora de um olhar num corpo aprisionado numa solidão pacífica e aceite que olhando pensa "Hei-de lembrar-te ainda, quando a dor
das horas em que não estive contigo
tiver passado"...e verifica que a águas correm na mesma direcção.
Foi um prazer enorme vir até aqui.
Um abraço
O bote já "ancorou":))
Hei-de lembrar-me de não esquecer, ainda que seja da solidão.
Que lindo poema, Torquato,
Beijos
Obrigado, querida Fatyly. Outro abraço.
Já vi, cara Addiragram. É uma honra figurar no "Aguarelas de Turner"; limitei-me a corresponder ao desafio que me fez.
Beijos também, amiga Laura.
Se calhar não percebi este, Torquato
mas gosto da solidão de estar comigo
beijinho
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