Os rostos familiares
Mal saio à rua, encontro-os no caminho
e já não fico sozinho.
São os rostos familiares
que compõem a paisagem
desta Lisboa de mil lugares,
cada um feito à sua imagem:
os rostos do meu bairro, que me dão,
tais como são,
aqui e em mais nenhum lado,
tão grande paz e alento
que, se me faltam, experimento
a sensação de ter sido roubado.
e já não fico sozinho.
São os rostos familiares
que compõem a paisagem
desta Lisboa de mil lugares,
cada um feito à sua imagem:
os rostos do meu bairro, que me dão,
tais como são,
aqui e em mais nenhum lado,
tão grande paz e alento
que, se me faltam, experimento
a sensação de ter sido roubado.
10 Comments:
Porque o nosso lugar é onde!
Abraço
É isso, caro JRD.
Outro abraço.
"cada um feito à sua imagem:"
Um abraço, Caro Poeta
Um abraço também... e boas viagens!
Estendemos a nossa casa ao nosso espaço envolvente.As caras que nos rodeiam são também partes de nós. Gosto muito da Praça das Flores. Como todos os locais aprazíveis tem qualquer coisa de aldeia.
Espaços de afectos cúmplices.
:))
Cara Margarida, também acho. Tanto assim que, em 16 de Setembro de 2006, publiquei aqui este texto precisamente intitulado "Praça das Flores" e que também figura no meu livro "Ofício Diário", pág. 90:
Apesar de suspeito (por ser esta
há muito tempo a minha aldeia),
afirmo sem receio de contradita,
grande ou pequena,
que bastaria a Praça das Flores
para Lisboa valer a pena.
Um beijinho.
Cara Mdsol, vivo aqui desde muito jovem e noto na vizinhança (de cuja maior parte nem sei o nome...) o "afecto cúmplice" a que se refere.
:))
Tb me lembrava da Praça das Flores já ter vindo à liça, mas "esqueçera-me" da analogia com a aldeia...Há lugares que podem,sempre, ser aldeias, outros nunca lá chegarão! :)
Mais um beijinho, Margarida.
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