quarta-feira, maio 25, 2005

Algarve

Do mar saíam potros e sereias,
potros alados e sereias louras
como o trigo e o ouro das areias
do meu país azul de pedras mouras.

Nos campos e nas vilas e aldeias,
por todo o lado um cheiro a maresia
embebedava o ar e as ideias,
no país onde nunca anoitecia.

Mas, de repente, o dia escureceu
e os potros e sereias desertaram
para outros mares mais frios e distantes.

E foi então que vi que era só eu
a guardar a imagem que levaram
do meu país que já não é o de antes.

(2005)

4 Comments:

Blogger mariagomes said...

tenho passado por aqui, em silêncio, mas hoje "quebrei"...
Belo poema!

bjs
maria

7:17 da tarde  
Blogger ManuelaDLRamos said...

eu também!
Manuela

8:53 da manhã  
Blogger Pink said...

Belo poema, caro Torquato! Do imaginário de quem ama ao desencanto de quem descobre que a coisa amada se tranfigurou. Um beijo e bom fim de semana.

7:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Gostei muito do poema e do blog, vou voltar mais vezes.

4:04 da tarde  

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