segunda-feira, janeiro 16, 2006

A casa

A casa não era só a casa, tinha mundo
por dentro das paredes e dos móveis.
Nenhuma chave fechava
os quartos e as arcas,
onde habitava a ternura.

Quando me lembro da casa,
beirando a estrada, com o poço em frente,
não me detenho na fachada.
Antes percorro os rostos
que a povoaram e lhe deram história,
os queridos rostos da família.

O tempo, esse inimigo odioso,
semeia a dor e o esquecimento,
mas não apaga o amor.

(2006)

5 Comments:

Blogger Ricardo António Alves said...

Belo poema.

12:33 da tarde  
Blogger Torquato da Luz said...

Obrigado, Ricardo. Um abraço.

1:51 da tarde  
Blogger Pink said...

Poema belo que termina com frase lapidar:"O tempo, esse inimigo odioso,/semeia a dor e o esquecimento,/mas não apaga o amor."

Um beijo

1:46 da manhã  
Blogger Torquato da Luz said...

Outro beijo, Pink.

9:00 da manhã  
Blogger Torquato da Luz said...

Beijinhos também, caríssima Laura.

8:46 da tarde  

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