Palavras
Por mais que a gente busque, não encontra
a palavra necessária.
Jamais uma palavra diz com precisão
o que se sente.
As palavras são peixes fugidios,
evitam sempre a rede que lançamos.
Quando eu digo amor,
não será só amor que quero dizer,
mas sobretudo a sede incontrolável
de te afagar,
de me afogar em ti.
Podemos percorrer os dicionários,
viajantes dos continentes todos,
que sempre há-de escapar-nos
o porto da palavra
que sem cessar perseguimos.
Quando eu digo manhã,
não será só manhã que quero dizer,
mas sobretudo a luminosa intensidade
do teu olhar
atravessando o meu olhar.
Não há palavras que saciem
a nossa fome de palavras.
(2006)
a palavra necessária.
Jamais uma palavra diz com precisão
o que se sente.
As palavras são peixes fugidios,
evitam sempre a rede que lançamos.
Quando eu digo amor,
não será só amor que quero dizer,
mas sobretudo a sede incontrolável
de te afagar,
de me afogar em ti.
Podemos percorrer os dicionários,
viajantes dos continentes todos,
que sempre há-de escapar-nos
o porto da palavra
que sem cessar perseguimos.
Quando eu digo manhã,
não será só manhã que quero dizer,
mas sobretudo a luminosa intensidade
do teu olhar
atravessando o meu olhar.
Não há palavras que saciem
a nossa fome de palavras.
(2006)
7 Comments:
Lindíssimo! A Palavra como convergência de um leque infidável de emoções, a Palavra-poema.
Belo poema sobre as palavras e a sua insuficiência perante os sentimentos profundos, o amor ... Adorei mesmo esta poema, Torquato!
Um beijo
Obrigado, Addiragram, Laura e Pink. Beijos.
Aquele abraço, meu caro Pinho Cardão.
No entanto, Torquato, usa-las de uma tal forma que creio identificar sentimentos meus, bem próximos dos que nos descreves.
um poema com palavras,
e sem palavras
beijinho
maria
Um abraço, António.
Um beijinho, Maria.
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