sexta-feira, janeiro 13, 2006

Dias assim

Há dias assim, em que nada corre bem:
o telefone não toca, não traz a tua voz,
o sol não aparece, só há nevoeiro,
o encontro marcado não acontece
e o almoço fica sem sabor.

Há dias assim, em que nada corre bem:
à tarde o tédio, à noite a solidão.

Mas, ao fundo da noite, espreita o amanhã
e, quem sabe, meu amor, talvez
o telefone toque e traga a tua voz,
o sol afaste o nevoeiro,
o encontro marcado aconteça,
o almoço retome sabor
e eu escreva outro poema.

(2006)