Cais das colunas
Foto TL
Sobre ser belo, tinha
uma aparência de eternidade
que lhe advinha,
não da idade,
mas da quase-irrealidade
com que marcava a linha
de rosto da cidade.
Hoje é apenas um monturo,
um lugar triste e abandonado,
ao qual roubaram o passado
e recusam o futuro.
E é de temer que o novelo
do tempo que tenho pela frente
não seja suficiente
para voltar a vê-lo.
10 Comments:
Realmente, a situação arrasta-se há tanto tempo que é de perguntar se ainda viveremos o bastante para ver de novo o Cais das Colunas.
Espero bem que sim.
(Quem disse que a poesia não é útil?).
Um abraço.
Seja bem (re)aparecido, caro António Castro. Outro abraço.
Raramente comento aqui, mas sigo com atenção este seu ofício diário de grande qualidade.
Sobre o Cais das Colunas, a situação também me inquieta. Vou levar este poema e espalhá-lo ao vento, através da minha Porta. Espero que não se importe.
Um beijo
ana
Um beijo também, Ana, e parabéns pela sua "Porta", que frequento regularmente com agrado.
E as saudades que me faz, já ali não ter o marco dos namoros e dos beijos dados e não roubados, dos namorados?
Ponto obrigatório de namoros, pela noite fora, para ir ver a lua espelhada no rio.
beijinho
Marta
Isso mesmo, Marta.
Outro beijinho.
Alguns lugares guardam uma belza quase apagada pelo tempo e só que consegue enxergá-la são os seres que tem dentro de si uma alma poética.
Beijos de Lua e Sol.
Beijos também, Cláudia.
Não conheci o antes desse Cais apenas o depois que se vaidegradando.
Mas este teu poema levou-me longe, muito longe onde pulverizado por bombas:
Hoje é apenas um monturo,
um lugar triste e minado,
ao qual roubaram o passado
sem presente nem futuro.
ADOREI!
Beijos
Gostei da quadra alterada por ti, cara Fatyly.
Beijos também.
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