sexta-feira, dezembro 17, 2010

Boas Festas...

Presépio tradicional do Peru
...e Feliz 2011 a todos os amigos,
leitores (e comentadores) habituais ou ocasionais.
Até para o ano!

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Nevoeiro

Mosteiro dos Jerónimos

Já passa do meio-dia e o nevoeiro
cobre ainda uma parte da cidade
mas como sempre é claro que o sol há-de
romper em breve o manto traiçoeiro
e voltar esplendoroso e companheiro
a iluminar a tarde lisboeta
musa infalível de qualquer poeta.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Efémero

Cais da Rocha do Conde de Óbidos

Tudo é efémero e cede
à voragem do momento.
A ave que corta o vento
e em princípio nada impede
de voar além do tempo
não raro embate na rede
do preconceito e do medo,
cedendo assim desde cedo
ao cansaço, à fome, à sede.
Tudo se rende à vertigem
das horas, preso da pressa
de regressar à origem
para ver se recomeça.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Uma ovelha na barbearia!

A foto mostra a ovelha do presépio tradicional peruano (muito cá de casa...) que se habilita ao prémio do concurso aberto pela Barbearia do Senhor Luís.
De tão amodorrada, a pobre tem escassa confiança nas graças do júri, mas mesmo assim não quis deixar de participar.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Conselhos?

Rua Nova da Piedade

Quem sou eu para dar conselhos
seja a quem for?
Ainda tenho espelhos
em casa. Por favor,
não me peçam que diga o que se deve
ou não deve fazer.
O que sei é frágil e breve,
não dá para entender.
E o que aprendi, se algo aprendi
na vida, de nada serve
aos outros, se nem a mim.

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Dupla face

Sul e Sueste

Todos somos capazes algum dia
de um gesto heróico, mas também
da mais rasteira cobardia.
E não se pense que alguém
foge ao anverso e ao reverso
que toda a moeda tem.
Qualquer de nós, mal ou bem,
ora é santo ora é perverso,
mais do que às vezes convém.

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Chuva no telhado

Alcantarilha

Toda esta noite a chuva amiga
me cantou insistente no telhado
aquela velha cantiga
que me embalou o passado,
quando eu era criança e não fazia ideia
de existir mundo além da minha aldeia.

Nesse tempo feliz e descuidado,
tudo era fácil, simples e perfeito
e à noite, ouvindo a chuva no telhado,
eu apertava contra o peito
a ambição de um outro lado
que talvez me estivesse destinado.

Mas eis que, ao fim da viagem
que me foi dado empreender,
volto ao encontro da paisagem
que faz parte do meu ser
e posso ouvir de novo essa cantiga
que canta no telhado a chuva amiga.