domingo, novembro 29, 2009
quinta-feira, novembro 26, 2009
segunda-feira, novembro 23, 2009
quinta-feira, novembro 19, 2009
A não ser
Acrílico sobre tela / TL, 2009
Nada quero de ti a não ser esses
líquidos olhos com que me apareces
pela manhã como quem traz o dia.
Nada quero de ti a não ser essas
esguias mãos com que logo começas
a escrever-me na alma a poesia
dos nossos corpos tensos e unidos
pelos laços de todos os sentidos.
E porque não me basta ter o mundo
nada quero de ti a não ser tudo.
líquidos olhos com que me apareces
pela manhã como quem traz o dia.
Nada quero de ti a não ser essas
esguias mãos com que logo começas
a escrever-me na alma a poesia
dos nossos corpos tensos e unidos
pelos laços de todos os sentidos.
E porque não me basta ter o mundo
nada quero de ti a não ser tudo.
segunda-feira, novembro 16, 2009
quarta-feira, novembro 11, 2009
Os donos
Da minha janela / Foto TL, 2009
Usam e abusam do poder como se fosse
direito próprio que algum deus lhes trouxe,
num jogo absurdo que se joga à margem
de regras, normas, ordens e preceitos.
E, porque tudo é seu, eis que a paisagem
se amolda aos seus caprichos e defeitos
e as leis ganham contornos e alçapões
que os poupam a quaisquer complicações.
Usam e abusam do poder como se fosse
direito próprio que algum deus lhes trouxe,
num jogo absurdo que se joga à margem
de regras, normas, ordens e preceitos.
E, porque tudo é seu, eis que a paisagem
se amolda aos seus caprichos e defeitos
e as leis ganham contornos e alçapões
que os poupam a quaisquer complicações.
segunda-feira, novembro 09, 2009
Por ora
Do Castelo de São Jorge / Foto TL, 2009
Por ora ainda é possível desenhar
as letras da palavra liberdade
e uma a uma afixá-las no lugar
mais alto e arejado da cidade.
Por ora ainda é possível agitar
uma bandeira, desfraldar um grito,
como quem se debruça sobre o mar
e olha da varanda o infinito.
Por ora ainda é possível perseguir
o dia que algum dia há-de chegar.
Por ora ainda é possível resistir.
Por ora ainda nos deixam respirar.
as letras da palavra liberdade
e uma a uma afixá-las no lugar
mais alto e arejado da cidade.
Por ora ainda é possível agitar
uma bandeira, desfraldar um grito,
como quem se debruça sobre o mar
e olha da varanda o infinito.
Por ora ainda é possível perseguir
o dia que algum dia há-de chegar.
Por ora ainda é possível resistir.
Por ora ainda nos deixam respirar.
quinta-feira, novembro 05, 2009
segunda-feira, novembro 02, 2009
Espelho íntimo
Rua da Mãe-d'Água, ao Príncipe Real / Foto TL, 2009
Um espelho que devolva por inteiro
a imagem da alma, aquele lado
da vida que devia estar primeiro.
Um espelho luminoso e desenhado
à medida das íntimas certezas
que tanto se constroem das tristezas
como irrompem por entre as alegrias
a temperar de sal os nossos dias.
Um espelho posto à porta da entrada
da casa que inventámos para os dois,
fiel reflexo que não esconda nada
nem seja um mau agoiro para depois.
a imagem da alma, aquele lado
da vida que devia estar primeiro.
Um espelho luminoso e desenhado
à medida das íntimas certezas
que tanto se constroem das tristezas
como irrompem por entre as alegrias
a temperar de sal os nossos dias.
Um espelho posto à porta da entrada
da casa que inventámos para os dois,
fiel reflexo que não esconda nada
nem seja um mau agoiro para depois.