sábado, junho 21, 2008
quinta-feira, junho 19, 2008
sábado, junho 14, 2008
quarta-feira, junho 11, 2008
Dizer não
Praça das Flores/Foto TL
Não podes fazer de conta que não se passa nada,
quando te cercam mil palavras mansas
tentando iludir a tua boa-fé; ou quando, a meio
do caminho que segues, colocam uma pedra
e ficam de longe à espera de te ver tropeçar.
Não podes fazer de conta que não se passa nada,
quando procuram roubar-te o direito a respirar
no espaço de liberdade que, ao longo do tempo,
soubeste conquistar ou legitimamente herdaste
dos que antes de ti se bateram para que o tivesses.
Não podes fazer de conta que não se passa nada
e continuar em frente como se em volta
não fosse cada vez mais gritante a injustiça
e arrogante a podridão
a que é de novo urgente dizer não.
quando te cercam mil palavras mansas
tentando iludir a tua boa-fé; ou quando, a meio
do caminho que segues, colocam uma pedra
e ficam de longe à espera de te ver tropeçar.
Não podes fazer de conta que não se passa nada,
quando procuram roubar-te o direito a respirar
no espaço de liberdade que, ao longo do tempo,
soubeste conquistar ou legitimamente herdaste
dos que antes de ti se bateram para que o tivesses.
Não podes fazer de conta que não se passa nada
e continuar em frente como se em volta
não fosse cada vez mais gritante a injustiça
e arrogante a podridão
a que é de novo urgente dizer não.
domingo, junho 08, 2008
Tédio
Jardim
9 de Abril
(Janelas
Verdes)
Foto TL
Morre-se de medo, morre-se de tédio,
mas do que se morre mais
é de falta de amor, mal sem remédio
que nos faz desiguais.
Já morremos mil vezes, já morremos
de mil mortes, nem todas naturais,
e sempre renascemos
para amar um pouco mais.
Até que um dia a solidão,
daninha mãe das decisões finais,
nos proíba o coração
de bater mais.
terça-feira, junho 03, 2008
Murmúrio
Um pátio
em Alfama
Foto TL
Ouvir serenamente o ruído do mundo,
umas vezes apenas o murmúrio do mar,
outras o aflito silvo de alguma ambulância
ou tão-só o longínquo respirar da cidade
e esquecer-nos de nós na margem do rio,
o corpo entregue à sede de outro corpo.
Escutar na noite inquieta a ofegante
e genuína música das sombras
em busca de outras sombras igualmente sedentas
e nunca achar sossego a não ser no abandono
dos braços noutros braços.