Lisboa
muitas e desvairadas gentes
me acolheste um dia,
deixa-me confessar-te
a alegria de te amar ainda.
Manténs o porte antigo
e ao mesmo tempo adolescente
da primeira vez que te vi
a pentear os cabelos à janela
debruçada sobre o Tejo.
Nos caminhos do teu corpo,
repleto de mistérios e segredos,
aprendi a olhar-me e entender-me,
do mesmo passo que te olhava
e entendia.
Lisboa, minha amante, minha amiga
e minha melhor cama,
és tu que embalas ainda
as esplêndidas noites
claras como os dias
do nosso eterno Agosto.
(2005)