segunda-feira, dezembro 31, 2007
quarta-feira, dezembro 26, 2007
Post-Natal
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEie63l6oAyoIZspUe-1E8hRVQ0O2uA73oEsXr7aI5yeBqFuOCTzq0nmKf0o3zDjuJzA5ek5MywqNKs6D0bPVUoVOBWXv3a7KcXRWxnL7BzwU4f-6KZvQJgf8P7wbs4qq1tb3IuE/s320/postnatal.jpg)
Foto TL
Foi tempo de ser bom, de desejar
que toda a gente em volta
fosse saudável, próspera, feliz.
Foi tempo de esquecer, de perdoar
e de dar rédea solta
à ternura que de uso não se diz.
Mas eis que já regressa
à desfilada, a toda a pressa,
o tempo habitual.
O tempo de ter guardada
a máscara que há-de ser usada
no próximo Natal.
segunda-feira, dezembro 17, 2007
Outra vez Natal
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilm6bNfT8KAfCkf-dfd0dGe_QfS2JiG8gssqsrzZR7gaSFeCSN2JpwQQ8NBa-za50kS7VFh_DaDtMCe8BuVmiFuwM-fc3L0DssGjIuMcEPjSHXCbE7ap7mJZydrneZN4R47iiM/s320/outravez+002.jpg)
Foto TL
Por muito que renasças e redigas
tudo quanto disseste há dois mil anos,
por muito que, por cima das intrigas,
das falsidades e dos desenganos,
a tua voz de novo se levante
e fira os vendilhões e os tiranos,
por muito que, outra vez, o galo cante,
anunciando a luz de mais um dia,
o presépio que o mundo te há-de dar
esconderá sempre, implacável e fria,
a cruz em que te vai crucificar.
tudo quanto disseste há dois mil anos,
por muito que, por cima das intrigas,
das falsidades e dos desenganos,
a tua voz de novo se levante
e fira os vendilhões e os tiranos,
por muito que, outra vez, o galo cante,
anunciando a luz de mais um dia,
o presépio que o mundo te há-de dar
esconderá sempre, implacável e fria,
a cruz em que te vai crucificar.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Espelho
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyV_8ritPJHEAgKbJiYBdNx9yp3lFpaIJm2ZxPGH_QFLofzoiF34d4-6szIFSB94eVsJfbJ011hr57RRdck3XQzddRETOtMVy2XbR_2wDhuHtbEGzpFeZ95ZKfgu1ZuqPmnBr4/s320/JBotanico7.jpg)
Foto TL
Quando te vires ao espelho e não gostares,
evita culpar o espelho.
Por mais que procurares
- coisa que não te aconselho -,
não há-de ser por aí
que encontrarás
a razão que te faz
desgostar de ti.
A imagem fiel não é aquela
que o espelho oferece
mas uma outra, singela,
que, no entanto, revela
muito mais do que parece.
É a que, sem correcção,
sai do próprio coração
e, uma vez desfocada,
não pode dar-nos mais nada
que não seja solidão.
segunda-feira, dezembro 10, 2007
Lisboa sempre
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVePM7ri-eeQyBJCfg2sSkTCOMLjGDWfx8eU36LJtnqSqPKn5KW_c-viuskEjzbZMzeGe1mDOBS8QZOWP2cme3AkxWbFgeb9lZ8EjhIdQiVahpazLuqv5s1ObfwPofa0TH2N7t/s320/20AGO2007+008.jpg)
Foto TL
Cidade onde me perco e que me perde
para logo me encontrar,
cidade que estremeço e que me cede
tudo o que tem para dar.
Cidade de que fiz o meu lugar
de amor, que não se mede
nem é possível imitar.
Cidade a que me dei e se me deu
como se dão os jovens, sem cuidar
de outra coisa que não a mútua entrega.
Cidade desenhada para o meu
infindável desejo de a amar,
a que nunca se nega.
Cidade cuja alma me pertence
depois de o corpo me oferecer
e a toda a hora me convence
de que jamais havemos de morrer.
para logo me encontrar,
cidade que estremeço e que me cede
tudo o que tem para dar.
Cidade de que fiz o meu lugar
de amor, que não se mede
nem é possível imitar.
Cidade a que me dei e se me deu
como se dão os jovens, sem cuidar
de outra coisa que não a mútua entrega.
Cidade desenhada para o meu
infindável desejo de a amar,
a que nunca se nega.
Cidade cuja alma me pertence
depois de o corpo me oferecer
e a toda a hora me convence
de que jamais havemos de morrer.
quinta-feira, dezembro 06, 2007
A cimeira
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTYWOxOstd0I24kvt9Xuo_b-nh1dnLTuXTYF5x8ubQmWRJOzrH9y0nx7dzl8JHw4K6saiBrqrhjgn03-tqxwxPZMO78eg63NRAXcu5Hn_zv9r4KaWhKkBcfMt-ip24xlhYUMpp/s320/06122007+017.jpg)
Foto TL
Ao Pedro Correia, do "Corta-Fitas"
Pobre Lisboa que por estes dias
acolhes tanto déspota e tirano,
fecha os olhos e ignora as fantasias
do poder corrompido e desumano.
Não queiras ser comparsa das orgias
de um carnaval como há muito não vias
e, em vez de tempo ameno e soalheiro,
atira-lhes à cara o nevoeiro.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
O silêncio do medo
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKlw3vtl4YHeW1LM62K3swC4fGMizg_tjT9NN8Op4IbtZKxQPAMRDQG8v8Ehcbf2UnrCly2A76ZWd5veA0LBR6G2Q45z8xdZtjZ3FfUhx_YVwxOHT2MsUpziDfw7a0Wh7MAVwV/s320/armada01.jpg)
Foto TL
Repugna-me o silêncio dos cobardes,
os que vivem no medo das palavras
e entre si e o mundo erguem um muro
atrás do qual supõem desenhar
uma imagem certa para o futuro.
Antes o alarido dos que não hesitam
em partilhar sem peias nem temores
as alegrias, dúvidas e dores
que a todos nos habitam.
Só estes justificam o planeta
feito de sombras, mas também cores,
em que se move o poeta.
os que vivem no medo das palavras
e entre si e o mundo erguem um muro
atrás do qual supõem desenhar
uma imagem certa para o futuro.
Antes o alarido dos que não hesitam
em partilhar sem peias nem temores
as alegrias, dúvidas e dores
que a todos nos habitam.
Só estes justificam o planeta
feito de sombras, mas também cores,
em que se move o poeta.