Palavras secretas
Barlavento algarvio / Foto TL, 2007
palavras que algum dia te ensinei
e depressa fechaste nas gavetas
da memória do tempo em que te amei
e por ti fui amado, aqueles anos
longínquos mas ainda iluminados
pelo fogo que, sobre os desenganos,
nos conserva de pé e acordados.
Repete-me ao ouvido essas palavras,
feitas de espuma mas também de espanto,
que eu te dizia e te diziam tanto
que as retinhas a todas e gravavas,
na esperança deste dia em que por fim
eu tas peço de volta para mim.